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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Reflexão sobre o sagrado feminino - Por Stefanie O.

 Tempos atrás fui convidado pela minha amável Stefanie, dona do blog Mistério Dos Deuses, para fazer um texto sobre alguma Deusa de minha escolha, e escolhi escrever sobre Hécate. Fiz um texto curto e simples e estendi-o aqui em meu blog. Pelo simpático convite dela, resolvi convida-la para fazer um texto em meu blog, e o primeiro assunto que me veio em mente foi Feminismo, com maior gratidão, ela aceitou e começou a escreve-lo no mesmo dia.
 O texto ficou extenso e muito bem escrito, para alguns pode parecer cansativo, não obrigarei ninguém a ler, mas outros podem se prender no texto e quando acabar, querer mais.
 Segue-se o texto.
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ATENÇÃO: ESTE É UM TEXTO EXTENSO.
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 É-me cabível que o feminismo lute por uma liberdade geral, seja pela mulher, pelos homossexuais, portanto, elas e eles num total, afinal, encaixa-se no feminismo tudo o que é feminino em uma relatividade. As sociedades desde sempre foram encobertas pela ideia radical de que o homem possui força e poder e que somente ele tem ou possui voz. Podemos ver indícios do machismo quando nos referimos ás questões mais primitivas do homem e suas civilizações, na mitologia num geral, tanto a mitologia do politeísmo quanto a mitologia do monoteísmo, mas que cada uma em si traz a ideia do masculino com sua determinada visão, é possível  observar que muitos Deuses do politeísmo representam o lugar de poder, alguns são Zeus, o Deus dos Deuses, Poseidon, que possui as forças marítimas e dominância dos mares, oceanos e etc., e também podemos analisar que a referência do homem respectivamente direcionada à questão de combate, como Hades, Ares, Hefesto e outros Deuses, traz as características de força, portanto de guerrear, onde desde sempre o homem esteve presente.
Não é de hoje e não é segredo que os homens eram treinados desde pequenos na defensiva, ou seja, eram treinados de forma rústica para que se tornassem bons guerreiros e governantes, enquanto que o papel que a mulher assumia era o de mãe, dona de casa e esposa, em contrapartida a mulher a cada dia conquistava seu espaço aqui e ali, é visto que na mitologia nórdica, celta e romana, por exemplo, a visão da mulher como o braço direito do homem, tomando o espaço de rainha, conselheira, curandeira, parteira, ainda que por vezes fossem trabalhos bastante leves, mas que após muito tempo foram mais bem vistos, não somente como uma necessidade, mas como algo realmente importante para as civilizações que necessitavam de pessoas habilidosas, aptas a trabalhos mais detalhistas, por isso a mulher acaba ganhando voz. Não contentes com seu espaço bastante limitado ainda, é claro, a mulher toma o lugar de guerreira, andando lado a lado com o homem, tornando-se cada vez mais rústica, pois o treinamento que tinham para se capacitarem a determinadas situações era tão pesado quando o do homem. A mulher então ganhava força. É possível ver que a mulher ganha seu lado masculino quando interpretamos alguns mitos de Atena, Morrigan, Macha, Freÿja e outras Deusas respectivamente caracterizadas com o poder de guerrear, ainda assim possuindo a beleza e feminilidade, pois eram sempre associadas à fertilidade e procriação, e possuindo também características de mulheres sábias, relacionadas sempre à vida e morte, aos cuidados do lar, à medicina e outros. O fato é, embora a mulher ganhe seu "lado" masculinizado nesses perfis, ela continua sendo reverenciada como fértil, sempre estando próxima ao culto de nascimento e morte, já que a importância dessas duas passagens do ciclo de vida eram reverenciados e cultuados.
   Com a chegada do monoteísmo, cujo único Deus era homem e sua mãe (recebendo ainda o papel de procriação) obviamente a mulher virgem e sempre nova e fértil tornam o contexto diferente, a mulher perde seu papel de guerreira e ganha o papel de donzela, cuja importância é somente o cuidado com o lar e a maternidade, ou seja, a procriação em si. O homem ganha o lugar de destaque como um ser divino enquanto a mulher somente o lugar de admiração, onde o filho passa a respeitar e a filha a se espelhar, nesse caso onde reina então o respeito e o espelhar-se em todos os aspectos comportamentais, o monoteísmo cria então os papéis sociais mais bem definidos e de grande extremidade, os papéis por gêneros: Mulher e Homem. Com esses papéis de gêneros o homem e a mulher passam a ser feitos um para o outro e nada do que possa ser diferente disso é aceito, entramos então no contexto da homossexualidade, onde tudo o que é feminino é mulher e tudo o que é masculino é homem. O "gay" torna-se então uma mulher e a “lésbica” ou “sapatão” um homem (como são chamados vulgarmente), tornam-se "objetos" de desprezo, pois nenhum destes aspectos toma o lugar de macho e fêmea a partir do seu biológico no sentido mitológico real, ou seja, não poderão procriar. Assume-se, portanto o lugar de macho e fêmea no meio social, embora sejamos seres racionais, nós nos caracterizamos de forma irracional, comportando-nos como animais, onde a única finalidade é ceder-se à nossa respectiva biologia: Procriar, dessa forma a mulher precisa ceder seu corpo somente para a procriação e não para o prazer carnal, que segundo o contexto religioso, a mulher pertence somente à maternidade, não podendo usar seu corpo para fins materiais. Voltamos então na questão da mulher ganhando o papel de Virgem Maria, mãe, que na ideia geral é sagrada, deve ser respeitada somente como mãe.
   O grande problema de a mulher ganhar o papel de mãe e sagrada é que ela deve ser fértil e seu corpo tende a ter somente essa finalidade, então essa mulher é privada de seus prazeres, vontades, sonhos e desejos, para tornar-se mãe. Ela ganha um papel de obrigação, ela deve ser mãe mesmo que não queira ser, deve manter seu filho protegido mesmo que não tenha pai, tem de proteger seu filho mesmo que este não tenha sido desejado e deve orgulhar-se disso, já que ganha a "benção" de tornar-se a mãe. Entramos então na proibição do aborto, onde a mulher é privada de escolher, decidir, querer, ter voz, fazer aquilo que julga melhor e necessário para o seu próprio corpo. A mulher, nessa questão, perde o controle sobre seu próprio corpo, controle esse que é dado para o homem, que dita o que deve ou não ser feito dele.
   Ainda falando sobre corpos que pertencem á igrejas e governos, entramos na ideia de que a mulher não pertence a si mesma, mas ao machismo, que é a ideia radical de que mulher é fêmea e pelo macho deve ser dominada. Vivemos em uma sociedade machista, onde nossas bisavós, nossos avós, pais, irmãos e tios viveram e onde futuramente nossos filhos e netos viverão. Por estarmos incluídos em uma sociedade machista desde pequenos, somos determinados num mesmo padrão, coisas mais simples como menina e menino e as cores determinadas femininas e masculinas, ou seja, rosa e azul, até o crescimento em torno de um "treinamento" para que possam futuramente assumir seus papéis como homem e mulher, depois um treinamento para assumirem os papéis de maridos e esposas, depois pais, depois avós e assim segue uma vida padronizada onde o principal foco é procriar. Somos treinados o tempo inteiro a seguir um só caminho, sermos e estarmos aptos a gerar descendentes que assumirão os mesmos papéis sociais que nós assumimos anteriormente. É um fato, que quando esses papéis se alteram ocorre uma mudança drástica dentro desse padrão geral, dessa forma, o índice de natalidade diminui enquanto o de mortalidade ainda é crescente, isso não somente pela opção sexual de cada indivíduo, mas de informação à mulher que por estar adicionada por necessidade em uma sociedade, que pede cada dia mais um bom profissional qualificado, seja ele homem ou mulher. A rotina se altera e as mulheres em sua grande maioria optam por estar mais centradas em seu trabalho, dessa vez fora de casa como guerreira novamente, ao invés de gerar filhos. Acontece que o aumento populacional é problemático e a diminuição também, só que a dosagem disso é perigosa, afinal, com a extinção humana não se brinca, mas a extinção de toda espécie que não seja "racional", segundo a nossa concepção "racional" de privilegiados, “não fazem a menor diferença no planeta”.
   Hoje nós nascemos, crescemos e vivemos em uma sociedade que impõe estereótipos, impõe não regras, mas padrões desnecessários, nós não vivemos de padrões e sim de ordem, portanto leis são mais necessárias do que religião, que fique claro que quando me refiro a religião não falo sobre crença, sim, ambas são completamente distintas, apesar de complementares, em meu blog venho a relacionar e desmembrar esses dois ramos. Sobre a sociedade machista, é comum vermos que o que permanece imutável dentro de uma sociedade que muda o tempo inteiro, acaba não somente danificando um todo, mas causando danos. Um desses danos é o fato de que a mulher da era monoteísta não é a mulher de hoje, enquanto que a mulher da era politeísta não é a mulher de hoje também. Nós conquistamos o mercado de trabalho, e, portanto, conquistamos nossos espaços em diversas áreas, diversas situações e classes, mas hoje a mulher alcança um lugar no pedestal, onde essa mulher é vista como um objeto de adoração ou admiração. A mulher montada, padronizada que vimos na televisão, mulheres sempre com os mesmos estilos de corpos, os mesmos rostos, as mesmas maquiagens, os mesmos cabelos estereotipados, as mesmas cores, fazendo sempre as mesmas coisas, estando sempre montadas de formas iguais, é na verdade a criação de uma fábrica de mulheres Barbies, mulheres precisa ser bonita, que precisam ser brancas, que precisam ter olhos claros, que precisam ser loiras, que precisam ter um corpo bem definido, que precisam agir cegamente sem pensar, que precisam incontestavelmente aparecer nuas ou seminuas, simplesmente porque seus corpos não pertencem a elas, são não somente do machismo, do governo, da sociedade em um geral, da religião, mas hoje são da mídia. A mídia está sendo usada de uma forma errônea e não só, está sendo usada para denegrir a imagem do feminino, para trazer a informação burra para a população, para mostrar que tudo deve ser feito daquela forma, se não, não deve ou deverá ser feito. Quando colocamos um padrão estamos representando não tudo, mas sim uma pequena parcela, essa pequena parcela não representa todo o Brasil, ou todo o mundo, todos somos seres humanos e nem todos são brancos, de olhos claros, com belos corpos e a mídia e a mulher envolta nela não representa a mulher como ser humano. É trazendo essa imagem da mulher Barbie que a mídia toma o controle sobre as massas, trazendo a informação de que a mulher deve ser igual para ser aceita e para conquistar, mas não é assim que a banda toca.
   Quando falamos de mulher no sentido biológico e a comparamos biologicamente com o homem, ou seja, indivíduos do sexo feminino e indivíduos do sexo masculino e não macho ou fêmea estamos nos referindo ao órgão sexual a qual pertence a estes indivíduos, ou seja, seu sexo ou gênero. Quando falamos sobre mulher no sentido religioso, estamos falando de um indivíduo religioso envolto por crendices, quando comparamos com um indivíduo do sexo oposto, estamos falando de um indivíduo religioso envolto por crendices da mesma forma, portanto não altera gênero, sexo e identidade, já que estão por uma mesma causa. Quando falamos de mulher no sentido social, estamos falando de um indivíduo qualquer, que pertence a uma sociedade envolta por leis democráticas, envolta por direitos humanos, sociais, trabalhistas e etc., perante o olhar social um indivíduo é um ser humano e deve ter seu espaço, homem, mulher, homossexual, bissexual, hétero e qualquer que seja sua identidade, sendo, portanto um ser humano e um cidadão que está dentro de um conjunto de leis,  de deveres e de direitos, independente seu sexo. Já no bom senso, sendo todos nós seres humanos ditos cujos seres racionais, ou seja, indivíduos que pensam, por que diabos alimentaram uma fúria por gêneros, uma guerra entre sexos e um preconceito que só gera violência? A resposta está no início desse extenso texto, não feminista, mas desse texto escrito por um ser humano como qualquer outro.
   Falamos então sobre a disputa, quando se cria a ideia de que ou se é isso, ou se é aquilo e não se pode estar em cima do muro, cria-se a ideia de que só se é algo determinado, algo do qual não se deve pensar ou refletir profundamente a respeito, afinal, "é assim, pronto e acabou".  Quando a ideia de que cada papel dentro desse meio social, — onde cada indivíduo é próprio e é único. — deve ser dominado por um indivíduo de um determinado sexo por ser simplesmente seu papel de dominante, a ideia de se estar do lado oposto é inaceitável. Ou se é macho ou se é ‘viado’, se você é ‘viado’, segundo o machismo, você é feminino e nada do que é feminino é aceitável quando se é homem, pois se tem um órgão sexual que representa poder (é possível compreender essa ideologia com Freud) e ser feminino é uma desonra, já que este não possui órgão sexual de poder, por não ser exposto. É uma briga não por espaços, é uma briga por dominação, uma disputa animalesca que não existe de fato, mas que foi criada com nenhum objetivo válido. Devido a esse fato, o homem sente-se ofendido com o feminismo, sente que a mulher feminista está "querendo" dominar o lugar do homem macho ou quando é um macho feminino que está contra ele, não sendo macho por completo, só pode tornar-se um inimigo por ser feminino, feminista, fêmea e indivíduo dominado. O machismo cria o contexto de que o feminismo é perigoso, de que a mulher deve ser submissa e deve ser controlada por ele.
  A mulher dentro da mídia surge quando as divas de hollywood tornam-se mulheres cujo foco é a admiração, trazendo a indústria da beleza, seja ela pelas roupas de moda ou pela maquiagem, pelos produtos de higiene e assim segue uma lista extensa de produtos que controlam os interesses femininos. Ainda trazendo o controle do macho pela fêmea já que não se é bela se um macho não determina que aquilo seja bonito, aceitável, admirável, honrável e etc. O comportamento da mulher se altera para as extremidades, dessa forma ela passa a ter um descontrole do seu próprio gosto e corpo, usa tudo o que um homem determinou ser melhor usar, ou apropriado. Em que isso altera o que é ser mulher? Bom, talvez para nós cujo foco é sempre a beleza para atrair, sempre em ritmo de mudanças, sempre drásticas embora não perceptíveis, é assustador livrar-se de correntes estéticas que ditam o que devemos usar, como devemos ser, mas a imperfeição que criam é uma ilusão. Não se é imperfeito, afinal, tudo funciona como deve funcionar, nosso corpo funciona e é como é. Muitas correm riscos em cirurgias diversas para alterar pequenas características que segundo a mídia, meio social influenciado pela mesma são inaceitáveis ou sempre vistas com caras feias.
   Todos os dias mulheres morrem por causa do machismo, incrível, assustador e inaceitável. Desde a admiração doentia do macho pela mulher que vira um estupro, a desvalorização do feminino como sagrado pela visão de mulher Santa, a objetificação do corpo da mulher em diversos casos, como exemplo é possível citar relacionamentos conturbados onde a mulher passa a ser “propriedade”, agressão verbal, violência física e verbal nas ruas por suas vestes, violência física e verbal por seus determinados comportamentos, até o lado feminino de um homem sendo este uma travesti, homossexual, gay, etc., até a lésbica, sapatão e outros “desagrados” que os ofende simplesmente por que foi determinado que a mulher é (sim, como propriedade) do homem e nada se pode fazer a respeito. A mulher é obrigada a fazer parte do desejo sexual, do erótico, do estereótipo perfeito até mesmo a fazer parte do machismo, quando nos é colocado que mulher boa é isso e mulher ruim é aquilo, onde se é uma boa esposa, uma boa dona de casa, uma boa mãe, uma boa puta entre quatro paredes e se não se é isso você perde, perde o posto de esposa, perde o pedestal que um dia alcançou por estar velha, perde o homem por não ser a mulher perfeita do filme pornô, perde o filho para o pai que dá a informação de que mulher é descartável, perde a filha para o machismo que se comporta como dizem que deve se comportar, perde para o homem já que você deve ser submissa e obedecer, perde a vida, já que é puta e vadia e não se dá ou “não tem valor”. O que é o valor? O problema é que valor é tão relativo, valor se dá a dinheiro, ao que conquistou ou ao que se tem, aos familiares e parentes, e tudo, menos a mulher. Nós não queremos valor, não somos objetos para sermos compradas, nós queremos respeito, respeito é de direito e de dever, independente do que eu seja, do que eu faça, de como vivo, de como sou, de como falo, de como eu como, de como trabalho, de como conquisto, de como entendo... É preciso respeito.
  Embora eu não seja feminista, em seu sentido literal, acredito que sendo mulher e principal alvo de tudo o que acontece dentro de uma sociedade machista, principalmente por ser atacada e violada, desrespeitada e por vezes desmotivada simplesmente por ser mulher, não tenho só o direito de lutar lado a lado por igualdade, que nada tem a ver com tirar espaços, mas trazer leis que possam dar espaço social para a mulher dentro de uma sociedade de humanos, já que mulher é um ser humano como qualquer homem, embora pensem que não, mas eu tenho o dever de manter o machismo longe da sociedade, do meio em que eu estou vivendo, eu não quero ser contaminada, nem contaminar ninguém com machismo, por que isso me agride, me viola, me violenta... Quem é que quer sofrer tudo isso? Por esse e mais diversos motivos eu respeito uma totalidade e vejo todo e qualquer gênero com a visão mais humana possível, pois a discriminação de raças, a discriminação de gêneros/sexos, discriminação de sexualidades, de opções, escolhas e outros.
Infelizmente a mulher tem sido motivada a ser uma propriedade, de pertencer e acabou se conformando com o fato de ser obrigada a tudo isso, não é fácil sair da zona de conforto quando isso não nos atinge diretamente, por isso é fácil dizer que a menina de saia justa ou de short curto estava provocando algum homem, é fácil dizer sem qualquer conhecimento biológico que o homem precisa de sexo como um animal faminto como se isso fosse verdade, é fácil apontar o dedo dizendo que a garota ou mulher estuprada e morta mereceu isso tudo, porque mulher que se dá o respeito fica em casa e não anda sozinha, seja dia ou noite... É muito fácil julgar e culpar a vítima quando nós não fomos violentados, maltratados, subjugados, menosprezados, descapacitados e quando não sofremos constantemente com abusos diversos por parte de seres humanos cruéis que se acham dignos de abusar do que a eles não pertence, como se tudo fosse feito e dirigido diretamente a ele. Nós mulheres, elas feministas, não estamos todas contra o homem, estamos simplesmente por nós, uma por todas e todas por uma para dar força e segurança a mais uma de nossas irmãs que sofrem como vitimas e julgadas como culpadas.

Segue uma entrevista da escritora Robin Rice, que traz uma reflexão sobre a "loucura da beleza", ou melhor, a indústria da beleza sobre o perfil da mulher. O nome desse trabalho é "Stop the beauty madness", que aborda alguns problemas sociais que enfrentamos atualmente:



Stefanie O.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Analise - O Corvo, Edgar A. Poe


  A Morte tem muitas faces, uma Caveira, uma Sombra, um Ceifeiro entre muitas outras, mas a que eu irei falar hoje é a figura do Corvo.
 O Corvo é um pássaro negro, mais comum na Europa, e muito curioso. Pode imitar voz de humanos, uivos de lobos e pios de outros pássaros. Na idade média o Corvo era conhecido por ser um presságio de Morte, isto é, sempre que alguém avistava um Corvo significava que alguém havia morrido ou morreria em breve. O Corvo também era usado como mensageiro, e mais tarde mudado para Pombos-correios.
 Falar sobre a Morte é muito inspirador, e graças a esta inspiração, foi criado a Obra-Prima de Edgar Allan Poe: O Corvo.
 O Corvo foi publicado pela primeira vez em 1845 pelo New York Evening Mirror. Conta a história de um homem que lamenta a morte de sua amada, Lenore, ou Lenora em algumas traduções, quando entra um Corvo em sua casa, daí então algumas coisas e diálogos misteriosos acontecem. Em suas primeiras publicações o Poema teve ilustrações do artista Francês Gustavo Doré.  Este post será uma analise de parte desse maravilhoso poema.

 Notas iniciais: Em minha opinião, a melhor tradução do poema é a de Fernando Pessoa, mas não se compara ao original em inglês. É impressionante como Poe consegue deixar o clima cada vez mais tenso e sombrio. Nesta analise eu irei colocar o poema original e a tradução literal do mesmo.
The Raven
Once upon a midnight dreary, while I pondered, weak and weary,
Over many a quaint and curious volume of forgotten lore,
While I nodded, nearly napping, suddenly there came a tapping,
As of some one gently rapping, rapping at my chamber door.
"'T is some visiter," I muttered, "tapping at my chamber door—
Only this, and nothing more."
(O Corvo
Era uma meia-noite sombria, enquanto eu ponderava fraco e cansado,
Ao longo de muitos volumes de curiosos manuais
Enquanto eu balancei a cabeça, quase dormindo, de repente, veio uma batida,
Como de alguém batendo suavemente, batendo em meus umbrais.
"É um visitante", murmurei, "está batendo em meus umbrais
Só isso, e nada mais. ")
 O conto começa com este homem, provavelmente com insônia, lendo manuais e enciclopédias para tentar adormecer. Quando a cabeça do homem começa a abaixar e ele começa a adormecer ele houve uma batida em seu umbral (um tipo de porta alta e pesada, na maioria das vezes dupla), o Homem pensa ser apenas algum visitante, alguém querendo ajuda naquela hora da madrugada, talvez.


Ah, distinctly I remember it was in the bleak December,
And each separate dying ember wrought its ghost upon the floor.
Eagerly I wished the morrow:—vainly I had sought to borrow
From my books surcease of sorrow—sorrow for the lost Lenore—
For the rare and radiant maiden whom the angels name Lenore—
Nameless here for evermore.
(Ah, que bem disso me lembro, era no frio de dezembro,
E a brasa da lareira lançava um brilho espectral.
Ansiosamente eu desejei o amanhã: em vão tentando esquecer do ocorrido,
De meus livros cheios de tristeza-tristeza pela perda de Lenore
Para a preciosa e radiante dama a quem os anjos chamam Lenore
E nome aqui já não tem mais.)
Nesta segunda parte podemos entender o porquê da insônia do rapaz: a perda de sua amada Lenore. Para ele qualquer coisa a lembra, até mesmo a chama da lareira com um aspecto espectral, isto é, com um brilho fantasmagórico, passando a lembrança da morte da amada à ele, assim como os livros, que não o alegravam mais, tudo pela perda de Lenore.


And the silken sad uncertain rustling of each purple curtain
Thrilled me—filled me with fantastic terrors never felt before;
So that now, to still the beating of my heart, I stood repeating
"'T is some visiter entreating entrance at my chamber door
Some late visiter entreating entrance at my chamber door;—
This it is, and nothing more."
(Sussurros que vinham da cortina roxa de seda fina
Me torturando e enchendo de terrores fantásticos que nunca havia sentido.
De modo que agora, com as fortes batidas de meu coração, eu ia repetindo para acalma-lo:
"'É apenas um visitante pedindo entrada em meus umbrais
Uma visita tardia pedindo entrada em meus umbrais; -
É só isto, e nada mais. ")
O pobre rapaz se encheu de medo de algum espírito ou a própria Lenore estivesse batendo em seus umbrais, pensou até ter ouvido vozes vindo de uma cortina roxa em seu quarto e, para acalmar o coração que batia rapidamente, ele repetia que era apenas algum visitante pedindo para que entrasse em sua casa por algum motivo e não um ser fantasmagórico.

Presently my soul grew stronger; hesitating then no longer,
"Sir," said I, "or Madam, truly your forgiveness I implore;
But the fact is I was napping, and so gently you came rapping,
And so faintly you came tapping, tapping at my chamber door,
That I scarce was sure I heard you"—here I opened wide the door;—
Darkness there, and nothing more.
  (E então, a minha alma ficou mais poderosa; não iria mais hesitar,
"Senhor", disse eu, "ou senhora, verdadeiramente o seu perdão eu imploro;
Mas o fato é que eu estava adormecido, e tão gentilmente você veio batendo,
E assim você veio levemente batendo, batendo em meus umbrais,
Que eu quase não o ouvi "-e então abri as portas; -
Trevas e nada mais.)
E então o homem se encheu de coragem e resolveu se aventurar e descobrir quem era o misterioso visitante. Enquanto caminha ele pedia desculpas ao homem, ou mulher, dizia que estava quase adormecido e quase não ouviu às batidas nos umbrais. Ao abrir as portas o homem teve um susto... Nada e ninguém se encontravam do outro lado da porta.
  
 Deep into that darkness peering, long I stood there wondering, fearing,
Doubting, dreaming dreams no mortal ever dared to dream before;
But the silence was unbroken, and the darkness gave no token,
And the only word there spoken was the whispered word, "Lenore!"
This I whispered, and an echo murmured back the word, "Lenore!"
Merely this and nothing more.
(Afogado no meio das trevas, tempo fiquei ali pensando, temendo,
Duvidando, era algum sonho, sonho que nenhum mortal jamais se atreveu a sonhar antes;
Mas a noite era infinita, e das trevas não apareceu nenhum sinal,
E a única palavra dita foi um sussurro, "Lenore!"
Isso eu sussurrei, e um eco murmurou de volta a palavra "Lenore!"
Isso apenas e nada mais.)
O Homem fica paralisado em meio a noite de inverno, ele acha estar sonhando, um sonho que nenhuma mortal atreveria de sonhar, de tão horrenda que era a situação. Em meio a escuridão o homem sussurrou apenas o nome de sua amada, Lenora, e o eco respondeu com o mesmo nome.

Back into the chamber turning, all my soul within me burning,
Soon again I heard a tapping, somewhat louder than before.
"Surely," said I, "surely that is something at my window lattice;
Let me see, then, what thereat is, and this mystery explore—
Let my heart be still a moment and this mystery explore;—
'T is the wind and nothing more!"
(Em casa eu fui volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Logo mais eu ouvi uma batida, um pouco mais alto do que antes.
"Certamente," disse eu, "aquela bulha é na minha janela;
Deixe-me ver, então, o que está nela, e esse mistério explorar-
Coração, acalme-se um momento e vamos este mistério explorar; -
É o vento, e nada mais! ")
Ao voltar para dentro de casa, ainda aterrorizado,  as batidas voltam a ser ouvidas, desta vez ainda mais forte e alto e ele resolve olhar pela janela, assim, talvez consiga reconhecer alguém ou a carruagem.

Open here I flung the shutter, when, with many a flirt and flutter,
In there stepped a stately Raven of the saintly days of yore.
Not the least obeisance made he; not a minute stopped or stayed he;
But, with mien of lord or lady, perched above my chamber door—
Perched upon a bust of Pallas just above my chamber door—
Perched, and sat, and nothing more.
(Escancarei-a então, quando, com muitos movimentos e vibrações,
De lá saiu um corvo imponente dos tempos ancestrais.
Não parou por um minuto, qual fidalgo absoluto,
E de modo resoluto pousou bem junto aos portais
Empoleirado em cima de um busto de Pallas bem acima de meus umbrais.
Empoleirado, e nada mais.)
 Ao abrir as janelas, eis que entra um Corvo, que rapidamente, sem nem mesmo ligar para o dono da casa, como um fidalgo, o Corvo se empoleira em cima de um busto de Pallas Athena que fica em cima dos umbrais.

Then this ebony bird beguiling my sad fancy into smiling,
By the grave and stern decorum of the countenance it wore,
"Though thy crest be shorn and shaven, thou," I said, "art sure no craven,
Ghastly grim and ancient Raven wandering from the Nightly shore,—
Tell me what thy lordly name is on the Night's Plutonian shore!"
Quoth the Raven, "Nevermore."
(E esta ave de ébano com ares senhoriais, mesmo triste, me fez rir,
Até o decoro grave e severo do rosto que usava,
"Ainda que tua crista foi cortado e aparado, tu," eu disse, "de certeza corajoso,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".)
A primeira coisa que o homem faz ao ver o Corvo mais atentamente é rir da cara dele por ele não ter crista, mas logo em seguida ele pergunta ao Corvo qual seu nome, e, para o espanto do homem o Corvo responde “Nunca Mais”.

Much I marvelled this ungainly fowl to hear discourse so plainly,
Though its answer little meaning—little relevancy bore;
For we cannot help agreeing that no living human being
Ever yet was blessed with seeing bird above his chamber door—
Bird or beast upon the sculptured bust above his chamber door,
With such name as "Nevermore."
(Muito fiquei maravilhado ao ouvir esta rara ave falar tão claro.
Apesar de sua resposta pouco relevância;
Pois não podemos deixar de concordar que nenhum ser humano vivo
Ainda que nunca foi abençoado com a visão ave acima de seus umbrais-
Pássaro ou bicho sobre o busto esculpido acima dos umbrais,
Com tal nome "Nunca mais".)
 O homem fica maravilhado ao ouvir o pássaro negro falar tão claramente, mesmo que palavras com significados tão comuns e irrelevantes. Ele sente-se honrado por ter sido o primeiro homem a ter um pássaro deste, acima de seus portais, falar seu nome, Nunca Mais.


domingo, 25 de maio de 2014

Seria a Bela Adormecida uma vidente?


Com o lançamento do novo filme da Disney, Maleficent, resolvi ler e refletir sobre a realidade mística por de trás de A Bela Adormecida.
 Após ler o texto do blog Café Tarot  minha inspiração para este texto que se segue só aumentou, então algumas das coisas contidas no texto é creditado ao blog.

 Vamos do começo:  O Rei e a Rainha estavam tão animados para ter uma filha que, ao conseguirem, chamaram o reino inteiro, até mesmo algumas fadas foram chamadas.
 Em algumas versões, doze fadas foram chamadas pois tinham apenas doze pratos e copos, e em outras versões dizem que foram chamadas as três fadas mais famosas do reino.
 Essa versão das três fadas podem ser ligadas claramente as senhoras do destino: as Moiras (gregas), três velhas que cuidam do fio da vida, Clotho (a que fia), Lachesis (a que mede) e Atropos (a que corta). Em muitas representações, as Moiras são representadas com vestes vermelhas, azuis e verdes ou brancas, que são as cores das vestimentas das fadinhas do filme.
 Fada vem do latim fata ou fatum, traduzido como 'fado' ou mesmo 'destino'. Sugere sobretudo 'aquilo que foi dito', referindo-se claramente a discursos proféticos. São elas que intervém no destino dos homens. E o tal destino, assim como conduz a vida sob a égide dos ciclos, transgride suas próprias leis: encanta. Costura os mais engenhosos feitiços durante o fio da nossa existência.
 E não são apenas as roupas que tem alguma ligação mágica, mesmo seus nomes. Fauna (verão), Flora (outono) e Primavera, representando três das quatro estações do ano.
Cada uma das fadas resolve dar um dom para a princesa, beleza, o dom do canto. Quando a ultima fadinha vai presentear a princesa, algo acontece.

E é ai que chegamos a próxima parte da história: onde está o inverno?
 Uma fada muito maligna foi não foi convidada para o nascimento da criança e resolve se vingar, amaldiçoando a recém-nascida, dizendo que ao completar 16 anos, ela espetará o dedo no fuso de uma roca e morrerá.
 Há tanta coisa mística em relação a esta fada e sua maldição, como por exemplo: Por que 16 anos? Por que uma roca? Quem é esta fada?
  A Fada Má, The Wicked Fairy, Aquela-Que-Não-É-Bem-Vinda, Red Fairy, Carabosse, The Fairy GodMother, Malévola são muitos dos nomes que ela foi conhecida através do tempo, e Malévola, sem duvida, é seu nome mais conhecido, pois é o titulo que ela tem no filme de  Walt Disney.
 Com chifres, um cajado, vestes negras, roxas e vermelhas, fogo ao seu redor e, mais tarde, tendo a forma de um dragão, ela pode ser facilmente ligada a figura da carta XV do Tarot: O Diabo.
 Mesmo o seu fiel servente, o corvo Diablo, tem alguma referência com o Tarot. O corvo, na maioria das vezes, era representado como um aviso ou um sinal de que alguém morreu ou morreria brevemente, então o mais obvio para associar Diablo é a décima terceira carta: A Morte.
  Um pequeno detalhe importante é seu cajado. Enquanto Flora, Fauna e Primavera usam pequenas e finas varinhas de condão, Malévola usa um cajado longo, demonstrando que é bem mais poderosa do que as doces fadinhas, fazendo todos sentirem mais medo dela, até mesmo os guardas não conseguiram encostar nela.
   O que tem de tão especial nos dezesseis anos para ela ter escolhido esta data? Na idade média essa idade era quando as meninas passam pelo segundo rito de passagem, quando menstruavam pela primeira vez... quando o coração está a flor-da-pele.
 Como já havia dito as fadas representam as Moiras, que, em varias representações, aparecem com uma roca de fiar. Na história, as fadinhas fingem ser camponesas e se isolam com Aurora em meio a uma floresta, sendo elas as Moiras, "donas" da roca, elas tem que protegerem a princesa de não perceberam aquilo, ou seja: protegiam Aurora de não descobrir que elas são, na verdade, fadas, pois, se isto chegar aos ouvidos de Malévola... bom, já sabem o que pode acontecer...

 Após a Fada-do-Mal amaldiçoar a princesa, a terceira fada diz não poder quebrar a maldição pois Malévola é muito mais forte (confirmando a teoria do cajado), mas que pode amenizar o encanto, dizendo que o beijo do verdadeiro amor quebraria a maldição, ela dá seu presente a princesa.

 Como disse anteriormente, as  fadinhas fingem ser camponesas e se isolam no meio de uma floresta com a princesa Aurora e permanecem ali até os dezesseis anos da menina.
 Já falei das fadas, da Malévola e de seu corvo, Diablo, falta falar da jovem de dezesseis, cabelos de luz do sol, lábios rubros de rosa, como Malévola descreve-a, Aurora.
 Enquanto as fadas... quer dizer, as camponesas, preparam uma festa surpresa para Aurora, ela sai para colher flores no bosque que elas vivem. Nesta caminhada ela  encontra alguns animais e começa a cantar uma bela música que diz ter conhecido o amor da sua vida em um sonho...
 Logo nesta parte podemos ver claramente, como é descrito no título, que ela pode ser uma vidente, ou seja, ela tem sonhos precognitivos, pois, alguns minutos depois, ela encontra o homem do sonho que também diz ter sonhado com ela.
 Enquanto ela canta e conhece seu verdadeiro amor, Diablo sai do castelo de Malévola, que falarei daqui a pouco sobre, em busca da princesa escondida.
 As Moiras, O Diabo, A Morte, A Roda da Fortuna. Ao que podemos associar uma jovem loira que passeia no bosque enquanto uma pássaro negro sai em busca dela? A carta XVII do Tarot: A estrela.
 A versão Disney, como a maioria de seus clássicos, é absolutamente dualista. Confere às Três Fadas a essência da mais pura bondade, ao passo que a bruxa — pois Malévola encarna exaustivamente os atributos simbólicos das feiticeiras míticas — é tão má a ponto de proclamar-se Rainha de todo o Mal.

 Na edição comemorativa de 50 anos do filme, que por sinal eu ainda a tenho, o ilustrador revela que imaginava a vilã como um grande morcego-vampiro. A atriz Eleanor Audley foi quem serviu de molde e também conferiu voz a Malévola, que só perde para a dublagem brasileira — sim, a nossa versão de A Bela Adormecida está entre as melhores do mundo — feita por Heloísa Helena, cantora e também atriz.
 Maleficent, seu nome no idioma original, vem do latim maleficia: a prática de uma negativa — e até mesmo letal — bruxaria. E por falar nela, a palavra consta no título de um dos livros mais obscuros relacionados às práticas mágicas: o famoso Malleus Maleficarum, um manual de procedimentos de execução dos ditos hereges. As táticas de tortura descritas dispensam todos os adjetivos. E por falar neles, deve-se ter em conta que 'maledicente' é quem provoca malefícios. 'Maléfico', por sua vez, é quem traz, desenvolve e causa danos. E 'malévolo' é o que ou quem é mau, que possui má índole.

 No texto do Café Tarot, o autor faz referência a carta da Lua quando se fala da torre da Malévola, juntamente com o castelo do Rei Estevão, mas, em minha opinião, a carta mais correta seria A Torre, um local alto onde só contenha perigos para quem estiver nele e o único que não corre perigo é o próprio causador dos perigos, e neste caso podemos associar a Malévola com o próprio raio que atinge a torre em algumas das versões desta carta.

 Com o que sonha A Bela Adormecida?
 A Lua, no clímax da estória, também representa o estado da Princesa: está oculta a sua própria sua luz. E tem-se o inconsciente, a indefinição e a incapacidade diante das águas negras do sono. Vênus em pausa. Once upon a dream. 
 Felipe deve passar pelos terríveis desafios proporcionados por Malévola, entre eles está maldições que ela tenta lançar no príncipe com o propósito de mata-lo, após seus feitiços não acertarem Felipe, ela tenta algo mais forte:
 A forest of thorn shall be his tomb,
 Born through the skies on a fog of doom!

 A vilã conjura uma terrível floresta de espinhos em volta do castelo do rei Estevão, onde Aurora se encontra na torre mais alta.
  Esta floresta pode fazer referência a Floresta Negra, que aparece na maioria dos Contos de Fadas.
 Associado à dor, ao dano, ao ressentimento e ao desejo de causar o mal: um símbolo clássico d'A Morte. É o espinho que, no âmbito cristão, se torna o vetor do pecado e do sofrimento. Fonte de vingança e negatividade, sua especialidade mágica é ferir.
 Outra referência é a arvore Prunus spinosa ou abrunheiro. Seus espinhos podem ferir seriamente e até causar infecções bastante dolorosas. Além de serem utilizados para espetar bonecos de cera, são ainda usados para entalhar sinais, pedidos e conjuros em velas. Presente em adivinhações e maldições, seus galhos mostram-se resistentes para confeccionar varas e cetros de poder — não à toa, o cajado de Malévola deve ter essa composição. O nome gaélico do Abrunheiro é Straif, que mantém conexão com o termo strife: 'luta', 'contenda' ou 'discussão' em inglês. Nada mais profético.

 Após o Príncipe Felipe escapar da floresta de Abrunheiro, Malévola só tem uma opção transformar-se no própria forma de Diabo.
 Um dragão preto e roxo aparece no lugar de Malévola e tanta matar Felipe.
 Nesta cena Felipe pode muito bem ser associado ao Cavaleiro de Espadas.
 Com o Escudo da Virtude e a Espada da Verdade, o Príncipe derrota a terrível Malévola e vai atrás de seu verdadeiro amor

 O beijo de amor verdadeiro, possível somente após enfrentar o perigo apresentado pela Escuridão, quebra o malefício. O SOL, arcano XIX, é o prenúncio do despertar, a luz que volta a dar vida ao reino — a Aurora em si.



E não se esqueçam que, dia 29 de Maio, lança Maleficent...



segunda-feira, 28 de abril de 2014

F.A.Q. - Perguntas frequentes sobre a Bruxaria e a Wicca

Todo e qualquer texto contido neste post pertence ao Hekátos Gregus e não pode ser reproduzido em outro local sem a permissão do mesmo, principalmente para fins lucrativos.
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Post feito a fim de ajudar a responder perguntas básicas ou complexas sobre Bruxaria e Wicca que causam algumas dúvidas, por favor, leia com atenção!

>O que é Wicca?
Wicca é uma religião neo-pagã surgida na década de 50 na Inglaterra após ter sido revogada a última lei anti feitiçaria da Inglaterra. Trazia pelo inglês Gerald B. Gardner, Wicca é muitas referida como a religião da Deusa. Wicca se baseia na crença a uma Deusa Mãe,a grande criadora e seu filho e consorte Deus Cornífero e na Lei do 3. Por ter uma Deusa como enfoque a religião teve um grande crescimento devido aos muitos movimentos feministas da década de 60 aonde muitas mulheres se converteram a religião!

>Um homem pode fazer parte da Wicca?
Por ser uma religião que prega a igualdade qualquer homem ou mulher pode vir a fazer parte da religião, independente da etnia ou orientação sexual.

>Quais as crenças da Wicca?
Na Wicca se acredita que no início era nada, então surgiu a Deusa e dela surgiu seu filho, sua parte masculina, porque sem apaixonou e casaram. Alguns wiccanos acreditam que a Deusa criou o Deus, o Universo e o mundo sozinha, enquanto outros acreditam que ela criou o Universo e o mundo juntamente com o Deus, mas ainda temos uma terceira a opção, a de que a Deusa e o Deus surgiram juntos e criaram o mundo em conjunto! Por se tratar de uma religião neo pagã, Wicca se baseia no culto a natureza, sendo os Deuses a manifestação viva dela, possui dois conjuntos de rituais durante o ano, a Roda do Ano ou Sabbaths (sabás), conjunto de 8 festivais que retratam a história de vida do Deus Cornífero, do seu nascimento até o momento de seu sacrifício e ressureição, e os 13 Esbaths (esbás), festivais de Lua Cheia. A religião se pauta muito na regra do 3,  tendo a Deusa e o Deus cada um 3 faces e a Lei Tríplice, dogma válido aos iniciados na religião, no qual tudo o que você fizer, terá o retorno triplo! É comum a maioria dos wiccanos acreditarem em reencarnação, diferente de outras religiões o enfoque da reencarnação não é pagarmos mas sim aprendermos cada vez mais em cada uma de nossas vindas.

>Roda do ano o que é?
Roda do ano é o conjunto de 8 Festivais Sazonais , na Wicca chamados de Sabbaths que contam a dança do Sol pela natureza e sua influência em nossas vidas. Na Wicca se celebra a vida do Deus Cornífero. Ao contrario do que muita gente afirma, os festivais que compõe a roda não são totalmente celtas, mas foram  reunidos pelo folclorista Ross Nichols, no qual ele reuniu diversos festivais de povos agrários.

>Existe pecado na Wicca?
Em Wicca não se tem a crença de “não se pode fazer tal coisa” que é errado,será condenado, apenas se aconselha a procurarmos fazer o bem ao próximo,ajudar os outros, afinal tudo o que plantamos iremos colher.

>Posso ser Wiccano e cristão?
Não, a resposta é bem simples, o Cristianismo é pautado na crença de Jesus como o Messias, o intermediário entre o homem e Deus, o Salvador. Já Wicca se pauta no culto a natureza e a união dos dois princípios criadores, além disso em Wicca não se acredita no julgamento eterno!

>Quero ser wiccano, mas minha família é cristã, o que fazer?
Esse é um problema muito frequente em casos de menores de idade. Primeiramente tente conversar com sues pais, explicar sobre a religião, o que está achando, caso eles não gostem e não aceitem que você faça nada dentro de casa, aguarde, pratique em segredo, medite, celebre, com o passar do tempo pode ser que eles percebam que você está se tornando uma pessoa melhor e comecem a aceitar a prática. Caso esse não seja o seu caso, procure fazer as coisas mais discretas, no seu quarto, mas não traga nenhuma estátua para a casa deles ou algo que eles realmente não queiram, afinal os donos da casa ainda são eles, tente ser paciente e aguardar até sair de casa.


>Quem é a Deusa e o Deus na Bruxaria?
Na Wicca: Para os Wiccanos o Divino se manifesta na forma de uma Deusa e de um Deus, a Deusa é a Grande Mãe e o Deus o seu filho, com o passar da roda do ano o Deus nasce, vai crescendo, os dois se apaixonam, desse amor a Deusa fica grávida e quando chega a hora do Deus morrer para que a vida possa continuar, a Deusa não se preocupa, afinal ele renascerá como o filho dos dois, a criança da promessa, por isso na Wicca se tem a crença "todos nós viemos da Deusa e a ela voltaremos". A Deusa além de ser a Terra tem como seu principal símbolo a Lua, por ser o Sagrado Feminino(o tempo de uma lunação completa é o mesmo do ciclo menstrual das mulheres), A Deusa possui 4 faces, a Donzela (Lua Crescente), a Mãe (Lua Cheia), a Anciã (Lua Minguante) e a sua face Negra, sombria, de morte (Lua  Negra).O Deus é o senhor da vida, da morte, da caçada, é o Sagrado Masculino, o grande falo, seu símbolo é o  Sol, Assim como ela, ele também é visto com três formas:O Deus Cornifero, que é o Deus de chifres que cuida da natureza e selvageria, o nômade; O Greenman que também cuida da natureza, porém de uma maneira mais calma, agrícola, reservada; e o Ancião que é o portador de sabedoria, o Senhor do Submundo.
Wicca Duoteísta ou politeísta? Como já vimos a Wicca se baseia na crença do Sagrado como uma Deusa e um Deus, que pode ser interpretado como duoteísta, porém, a visão da maioria dos wiccanos é que a Deusa é todas as Deusas e o Deus todos os Deuses, fato a se observar na roda do ano, assim como ela conta o ciclo de vida dos dois, também retrata um casal de Divindades específicas e diferentes em cada festival, logo Wicca pode também ser encarada como politeísta!

Na Bruxaria: Diferente de Wicca, nas demais vertentes de Bruxaria, nem todos os Bruxos acreditam em uma Deusa e em um Deus, cada bruxo no panteão que cultua tem seu culto especial para um casal de Deuses ou apenas um Deus/a. Para analisarmos Bruxaria nos seus mais diversos clãs tradicionais utilizamos o termo “witchfather”e “witchmother”, títulos esse que usamos para representar a presença de Deusa e Deus em alguns clãs, tradições de BT (Bruxaria tradicional). Na maioria das tradições a figura da Witchmother é representada por uma Deusa Lunar ou Venusiana que representa o poder, a liberdade feminina, o Witchfather geralmente é um Deus de Chifres, que representa o poder, a sexualidade, o Senhor dos Submundos, o senhor que trás a sabedoria e porta a chama entre os Chifres, diferente de Wicca o Deus Chifrudo nem sempre é um Deus solar ou filho da Deusa. Algo a se notar é que as figuras do Witchfather e Witchmother quase sempre são Deuses selvagens, associados a magia, a noite, espíritos, submundo, êxtase e sensualidade. Tal fato comprovado, devido a Bruxaria quase sempre ser associada aos mistérios de vida e morte. Alguns símbolos do Witchfather e Witchmother: encruzilhadas, lua, sol, forcado, chifres, serpentes, morcegos, corujas, bode e demais animais chifrudos, etc. Um exemplo de Witchfather e Witchmother: Nas vertentes italianas geralmente são Diana e Dianus Lucifero.

>Bruxaria é uma religião?
Depende a qual bruxo se pergunta, muitos dirão que sim, enquanto outrosalegarão que ser bruxo é um ofício, um cargo, um “trabalho”, ou outros comentarão que devido ao fato de religião ser derivada do latim "religare" (religar), Bruxaria não seria uma religião pelo simples fato de eles nunca terem se desligado do Sagrado para necessitarem se religar.

>Bruxaria e Wicca são a mesma coisa?
Essa pergunta tem algumas maneiras para ser respondida por  diversos pontos de vista, mas para a maioria dessas questões é necessário primeiramente nos perguntarmos o que vem a ser a  Bruxaria?  Para responder essa pergunta gosto de primeiramente explicar o que vem ser a palavra bruxa, essa é uma palavra de origem portuguesa na região da Galiza que teria se derivado do latim“pluscious”, sendo “plus” (mais), “scious” (ciência, saber), logo podemos interpretar que a bruxa, o bruxo era a pessoa com mais conhecimento, mais saber,mais ciência em Portugal, lá a bruxa era a responsável pela ajuda espiritual,conselhos, oráculos, cura (por chás e ervas medicinais por exemplo) e também era a responsável por mudar a realidade, por meio de feitiços ou não. Como analisamos “bruxa” e “bruxaria” e refere a uma realidade totalmente portuguesa,mas aindaetmologicamente se formos analisar na região da Península Ibérica encontramos os termos “bruja”, “bruca”, então se quisermos ser um pouco mais amplos podemos dizer que Bruxaria é uma realidade vivida na Península Ibérica.
Porém,se formos analisar de forma antropológica, encontramos práticas similares mas não iguais  por todo o  mundo, em maior semelhança pela Europa toda,logo podemos supor que Bruxaria é um fenômeno Global que sobreviveu a séculos,muitas vezes vista como ofício! Já Wicca é uma religião moderna, criada na década de 50, com dogmas, estrutura.
Logo após o surgimento da Wicca e o auge dela pela Inglaterra (não nos aprofundaremos nisso, estudem por conta), Wicca se tornou sinônimo de Witchcraft (o equivalente inglês para Bruxaria) o que levou as Bruxas mais antigas que possuíam práticas muitas vezes diferentes não quererem ser associadas, então surgiu os termos Traditional Witchcraft, Bruxaria Tradicional.


Conclusão:Se formos analisar Bruxaria como um fenômeno Global, podemos dizer que Bruxaria é um gênero e Wicca é uma espécie de Bruxaria, daí entra aquela frase “todo wiccano é bruxo, mas nem todo bruxo é wiccano”.


>Bruxas são apenas pagãs?
É uma pergunta polêmica, mas não, Bruxaria pode se manifestar tanto de forma pagã quanto de forma cristã, já Wicca é uma religião totalmente pagã. Durante a Santa Inquisição e domínio cristão, muitas Bruxas assim como os negros no Brasil tiveram que sincretizar seus Deuses com Santos locais, assim mantendo a tradição a salvo para as futuras gerações de sua família. Um dos sincretismos ase citar é o do Deus Chifrudo, o Mestre do Sabá das bruxas, em algumas tradições ele foi sincretizado com São Pedro que carrega as chaves para os mundos, em outras com Santo Antônio, considerado padroeiro das bruxas em alguns locais, além claro, do sincretismo com o Diabo, muitas vezes devido a associação deles com as bruxas pela própria Igreja, outras vezes com as próprias bruxas querendo colocar medo nos Inquisidores.  Porém, com o passar do tempo algumas famílias nas gerações seguintes começaram a ver realmente os santos ao invés dos seus Deuses, mesmo esses santos com atributos e culto conforme seus antigos Deuses,outras famílias tornaram-se puramente pagãs novamente, enquanto outras começaram a ver os seus Deuses mas também a ter um carinho pelos santos,mantendo culto aos dois. Dessa forma concluímos que a bruxa é a serpente cósmica e o eterno camaleão moldando – se conforme o tempo e as situações, masse mantendo a essência.


>Qual a  diferença entre a bruxa e a feiticeira?
Novamente depende de como se analisa, partindo de um ditado “a bruxa é, a feiticeirafaz-se”, podemos supor que a Bruxa é quem nasce com o dom (mediunico)desenvolvido, aprende a trabalhar com ele, muitas vezes recebe também a técnica feiticeira, logo sendo uma bruxa e também uma feiticeira. A palavra feitiço significa coisa feita, logo a feiticeira é quem sabe a técnica, como fazer, não necessita nascer com o dom, porém, uma bruxa muitas vezes terá um alcance mágico melhor que uma feiticeira, uma vez que saberá ver além da situação caso seja vidente, entender melhor a pessoa caso possua empatia, entre outros dons.

Analisando outras tradições: em muitos casos ser bruxa é um papel apenas feminino, logo o homem seria um feiticeiro e a bruxa agiria em quase toda a ação e ele seria um mero assistente. A bruxa seria feiticeira, mas também sacerdotisa dos Deuses, enquanto a feiticeira não necessita ser sacerdotisa. A bruxa seria a feiticeira pagã e a feiticeira a cristã! Como vimos tem vários modos a se analisar, depende do ponto de vista!

> Qual a diferença entre magia, ritual e feitiço?
Magia é o ato de emanar nossas energias para que nossos desejos, vontades se tornem real, uma simples oração é um ato de magia.Ritual é um conjunto de gestos, simbolismos em torno de algo, como uma celebração, nosso dia a dia nada mais é do que um ritual. Feitiços são o ato de emanar energia em torno de um objetivo juntamente com a união de simbolismos que exprimem aquele desejo (velas, incensos, ervas,etc), logo um feitiço é um ato de magia e também um ritual!


> Pra fazer magia é necessário ter um altar?
Sim, sabe quem é esse altar obrigatório? Você, você possui todos os elementos necessários, e lembre-se uma simples oração pode ser um ato de magia!


> Como fazer um altar simples e bem escondido?
O altar wiccano é basicamente a representação dos 4 elementos e dos Deuses,como foi dito acima o grande altar é você, e nisso novamente está você, no seu corpo temos todos os elementos, a Terra (ossos, músculos) , a Água (sangue), o Fogo(o calor do seu corpo), o Ar (que entra em seus pulmões e sai), o Espírito,esse você já sabe aonde se encontra!


>Como fazer os feitiços darem certo?
Saber que elementos usar, emanar sua energia, ter foco no seu objetivo, saber usar o poder das palavras e aguardar.

>Por que o chapéu pontudo?
De acordo com estudos as witches (bruxas) da Grã Bretanha utilizavam o chapéu para se identificarem entre si, além dele simbolizar o Cone de Poder, muitas bruxas modernas e wiccanas utilizam o chapéu devido a essa associação com o cone de poder

>Lei Tríplice VS Lei de retorno, o que são?
Lei de retorno é uma Lei presente nas diversas religiões e crenças, que se baseia no princípio de ação e reação aonde tudo o que você enviar, emanar  para o Universo irá receber na mesma proporção.  Lei Tríplice é um dogma wiccano, no qual o iniciado se submete aonde tudo o que ele emanar para o Universo receberá novamente em triplo, muitos wiccanos usam a Lei Tríplice para julgar os outros, saem falando dela o tempo todo, mas será que conhecem  ela?

>Lei Tríplice castiga?
Definitivamente não, o propósito da Lei Tríplice é fazer você colher em triplo tudo aquilo que você plantou, logo, bênçãos também. Mas partindo disso, um wiccano pode amaldiçoar, se defender magicamente? Sim, muitas vezes a maldição é usada em legítima defesa, se a pessoa meche com sua família, com os seus próximos e apessoa merece pagar, com um amaldiçoamento, na medida certa você estaria sendo o agente cósmico, dando a ela, seu retorno. Agora, se uma pessoa nunca te fez nada e por algum motivo você não gosta dela e resolve amaldiçoa-lá pelo simples prazer de vê-la sofrendo, aí é uma situação totalmente diferente e a Lei Tríplice também agirá, talvez de uma forma que não seja totalmente agradável a você.

>Bruxas fazem amarração, amaldiçoamentos?
Sim, bruxas fazem isso, como dito anteriormente muitas vezes o ser bruxa era um ofício, na maioria das vezes a bruxa era também uma feiticeira,  sendo assim, ela servia magicamente a comunidade. Na magia não existe receita genérica, não temos como dizer que em todo feitiço teremos uma mesma conseqüência, afinal cada caso é um caso, mesmo que uma bruxa amaldiçoe, faça feitiços de amor e amarrações ela sabe quando deve ou não fazer, analisando a situação, prevendo os resultados e analisando se será bom para ambas as partes, por isso toda bruxa deve trabalhar com um oráculo.

>O que são oráculos?
Oráculos são elementos simbólicos pelo qual analisamos uma situação, podemos prever o futuro, entender melhor o que se passou com uma pessoa, como Tarot,runas, baralho cigano, etc. Uma bruxa e um bruxo deve saber utilizar algum oráculo, para saber se guiar, alto conhecimento, ter uma noção sobre o que irá acontecer, atender a comunidade e saber quando se deve ou não fazer algum feitiço, tendo em vista a situação atual, o que o feitiço causaria e saber se o resultado do feitiço seria benéfico, dependendo do resultado uma bruxa pode se negar a realizar um feitiço ou decidir fazê-lo.

>Na Bruxaria existem sacrifícios e o uso de animais em feitiços?
Sim, sacrifícios fazem parte da Bruxaria assim como fazer de religiões pagãs, o simbolismo do sacrifício é bem amplo, servem como oferenda aos Deuses, tendo alguns simbolismos, geralmente quando recebemos alguma visita damos do bom e melhor para ela, fazemos um grande churrasco muitas vezes, né? Os Deuses são os nossos convidados de honra e por isso se oferta o animal, o sangue dele é energia coma qual os Deuses se alimentam, a carne depois é cozinhada, uma parcela fica como oferenda aos Deuses a outra pode ser comida entre as pessoas que participam do ritual, o coro do animal pode ser usado para fazer instrumentos,como chifre, couro e ossos de bode, muito usado para alguns instrumentos, para representar o Deus Chifrudo no altar e para fazer o tambor ritualístico.

Toda erva tem um significado, podendo ser entendido de forma astrológica, o mesmo com os animais, cada animal possui uma energia e um significado e as bruxas sabendo disso, sempre usaram partes ou o animal inteiro em feitiços,mas  fique claro que nem sempre se faz necessário matar o animal, muitas vezes pode se pegar partes que o animal perde naturalmente, penas, pele (cobras, aranhas) ou em outros casos pegar elementos de animais já mortos naturalmente.


>Bruxas se conectam com espíritos?
Sim, bruxas podem trabalhar magicamente com espíritos, serem necromantes, sem problemas.  Em Bruxaria Tradicional é comum o culto e trabalho mágico com ancestrais bruxos, feiticeiros da família que já partiram dessa vida e também demais ancestrais da arte.

>Aonde encontrar pedras?
Depende o que se tem por pedras, está se referindo a cristais? Em lojas esotéricas, mas vale lembrar que muitas vezes as bruxas de antigamente não tinham acesso a uma ametista, a um quartzo rosa, verde, branco, etc, elas tinham que se virar com o que a Terra dava, logo, um bruxo, uma bruxa pode  aprender a trabalhar magicamente com cascalho, o Hoodoo dá uma boa introdução a isso, pedras retiradas de tais lugares, em tais lunações e seus significados,como usar na magia!


>Livro de São Cipriano ler ou não ler?
Sem dúvida o Livro de São Cipriano é um dos mais famosos e polêmicos em relação a Bruxaria,  mas você sabe quem foi São Cipriano?  Não sabemos se ele de fato existiu, mas conforme conta a lenda ele foi um bruxo que teria se convertido ao Catolicismo e deixado seu grimório. Assim como não sabemos se ele existiu não sabemos  se ele realmente foi um bruxo que se converteu, mas algo claro é, os livros não foram escritos por ele, se trata de um aglomerado de feitiços populares, o que torna o livro controverso é por terem feitiços um pouco pesados que utilizam sacrifícios e são feitos em nome do Diabo, como qualquer livro eu aconselho que leiam, a questão é, primeiro estudem por um bom tempo  Bruxaria e Bruxaria Tradicional de forma acadêmica, assim entenderão, o livro não é totalmente literário, se utiliza de muitas metáforas que sem conhecimento não serão compreendidas.
Lendas envolvendo o Livro: Muita gente comenta que o livro não deve ser lido, nem emprestado, pois atrasará e arruinará a vida de uma pessoa, obviamente se trata de lendas, mitos, mas se você acreditar que o livro causará tudo isso a você,obviamente trará, pois você vai emanar energia para que isso aconteça.  Também não se necessita queimar o livro para se livrar. Vale lembrar que estamos falando de um livro que possui edições antigas e modernas, cheias de lendas, não existe só no Brasil, publicado desde quando se tratar de Bruxaria era apenas um taboo.

>>OUTROS

>Liberdade de culto, como praticar abertamente?
A liberdade religiosa é protegida pela Constituição brasileira, logo, você pode acender uma vela em uma encruzilhada, deixar feitiços, oferendas, mas aconselha-se a não poluir. Caso queira fazer um ritual ao ar livre em um parque com outros amigos e irmãos da arte, primeiro peça autorização a prefeitura ou para a direção daquele espaço público.

>Como reagir a discriminação religiosa?
Claramente você não vai conhecer uma pessoa e sem motivo algum falar que é bruxo ou pagão, isso te tornaria achado, arrogante, daria a impressão que quer chamar a atenção, mas em alguma conversa se você disser isso ou quando estiver praticando abertamente alguém lhe ofender, tente resolver claramente, se o preconceito continuar, levar a discriminação ou até agressões físicas faça uma denúncia na polícia, pois intolerância religiosa é crime de racismo.


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Quer mais? Aqui estão uns links que eu recomendo:
http://www.wiccanaweb.com.br/
Tradição Caminhos das Sombras (TCS)

domingo, 13 de abril de 2014

A Morte

 "Morte". 
 Certamente que muitas pessoas que ouvem este nome já logo se arrepiam ou se emocionam com algo que vem em suas mentes, ou outros, assim como eu, a pensam como algo normal como acordar e ir dormir.
 Recentemente uma amiga próxima perdeu um ente da família e, em seu Facebook, postou um pequeno texto informal, falando sobre a morte, mesmo sem a permissão dela, gostaria de passar a vocês.

"Uma vez li uma reportagem a respeito de um estudo no qual dizia que ao morrer, a pessoa ainda tem 7 minutos de atividade cerebral.. O cérebro te faz sonhar e reviver todas as suas lembranças mais vívidas e depois você dorme.. Será que tudo isso é tão ruim? A pessoa vai respirar fundo e encontrar pessoas que não via a tanto tempo.. um lugar bem melhor.. um campo? uma praia? um lugar especial? a tristeza faz parte, mas ela é egoísta. talvez a pessoa mereça seu glorioso momento de paz, porque não? ficamos tristes por imaginar nossas vidas sem a pessoa, mas será que a pessoa realmente quer isso? se pudesse olhar pra nós cabisbaixos e chocados diria 'vão pra casa, vivam suas vidas.. eu vou ficar bem'.. saudades sim, óbvio.. mas tristeza não, talvez não.. um dia a gente se encontra de novo.. até mais.."

 Passei uns dias sem perguntar nada para ela, mesmo por respeito aos sentimentos e emoções dela, quando falei com ela, perguntando como ela estava, ela disse estar ÓTIMA e que já havia superado o ocorrido, fez até algumas brincadeiras leves com o acontecimento! Não consigo descrever aqui os detalhes, e nem o quão impressionado fiquei com a reação dela. Provavelmente ela pode estar agindo assim para superar mais rápido, ou até mesmo é uma forma de se auto enganar para o ocorrido.
 Nunca perdi ninguém realmente próximo de mim, apenas uma cachorra que viveu comigo até os quatro ou cinco anos de idade, por ser muito pequeno na época, eu não me senti ressentido, um pouco triste, mas nada muito profundo.

 Agora uma pergunta em que todos já se perguntaram ou se perguntarão um dia: Para onde vamos? 
Essa pergunta pode ser respondida por nada mais, nada menos do que... os próprios mortos. Sim, há relatos de espíritos que falaram o que tem no outro lado, mas o que mais intriga algumas pessoas é que cada espírito fala algo diferente. A conclusão que muitas pessoas tem, assim como eu, é que nós vamos para onde desejamos ir. Seja o Céu cristão, o reino de Hades ou até mesmo uma praia ou algum lugar que você queira passar a eternidade.
 Eternidade não é uma palavra adequada a ser dita, afinal das contas, nós iremos reencarnar.
 Aposto como muitos que estão lendo isso, não acredita, quem sou eu para faze-lo acreditar, mas ainda sim, quero que reflitam um pouco sobre este assunto, e para ajudar, vou colocar uma charge que acho bem interessante. 
 E não, na minha opinião, nós não vamos diretamente para este lugar tão desejado. O lugar onde estamos hoje é apenas uma passagem onde nós iremos passar tantas vezes necessárias para aprendermos o que precisamos, para, então, irmos para algum outro lugar além daqui. 
 Após morrermos nós teremos uma pequena reflexão com algum Deus/Deusa de culto, para mim imagino que será Hécate. Nesta reflexão iremos rever o que aprendemos nesta reencarnação, e receberemos algumas respostas. No caso de suicídio, imagino eu, a pessoa tem uma longa reflexão com a divindade sobre o porquê de ter se matado.

 Voltando ao início do texto: O Medo da Morte.
 Algo que nunca tive é o medo da Morte, e gostaria de que alguém que tenha este medo me explique o porquê!
 Em As Brumas de Avalon - A Senhora da Magia, tem uma passagem que me descreve totalmente em relação a este temor:
 "Igraine, que aprendera na ilha sagrada que a morte era apenas uma porta para outra vida, não compreendia isso - como podia [alguém] ter tanto medo de ir ao encontro de sua paz eterna? [...]"


 Como é a aparência Dela, da Morte?  Ela é um esqueleto que usa um manto negro, uma foice em uma das mãos e uma ampulheta em outra? Sim e não. Muitos de vocês devem ter lido ou assistido A menina que roubava livros, para mim a Morte é bem representada na história. Ela pode ter a forma que quiser, mas gosta de ser bem discreta, eu sempre a vejo como uma mulher acompanhada da divindade que vai levar a alma da pessoa para o seu momento de Reflexão. O uso da foice é justamente para retirar a alma, ou o que prende a alma, do corpo e o relógio, ou ampulheta, serve para contar o tempo de cada um, este tempo está programado para ser até um momento, mas ele pode ser encurtado e alongado, assim como o destino. O destino está escrito nas estrelas, esta frase é totalmente real, mas este destino que está escrito é apenas um rascunho. ele segue uma linhagem, mas pode ser alterado em alguns sentidos.  Um exemplo da linhagem da morte é você, por exemplo, ser assaltado, você pode muito facilmente encurtar o tempo da ampulheta se recusando a fazer o que o assaltante quer, ou simplesmente entregar os seus bens materiais a ele.

 E você, qual a sua opinião sobre a morte?