Enquanto no
exterior e em outros países temos diversos livros que tratam dos mais diversos
e complicados assuntos a respeito de Magia e Bruxaria, aqui no Brasil temos
poucos livros diferenciados sobre os
assuntos, sejam traduzidos de outra língua ou, muito menos, escrita por Bruxos
e Magicistas Brasileiros. Felizmente essa realidade está mudando aos poucos e
um exemplo disso é o livro O Alento do
Dragão – Práticas de Magia Dragônica, por Dragony Scatha e Morgana Luna
Boanna.
Quando fiquei
sabendo deste livro ele ainda nem tinha sido publicado, mas os autores estavam
divulgando eles em diversos sites e redes sociais. Como eu tinha pouco
interesse com Magia Dracônica (ou Dragônica, como os autores defendem) eu
preferi esperar um pouco para poder comprar o Livro, mesmo estando apaixonado
pela belíssima Capa desde a primeira vez que vi.
Foi então que um
dia eu fui recebendo sinais e presenças de um Dragão e iniciei meus contatos, o
que resultou na compra e leitura do livro.
Li o livro em um
dia e duas noites, e logo me apaixonei e cá estou eu trazendo
minha visão do que eu achei.
O Livro inicia com
palavras dos Autores declarando que tudo que foi relato ali faz parte da
experiência pessoal deles, e inclusive dizem que não importa com quantos praticantes
de Magia dos Dragões vocês forem contatar, cada um terá experiências e Verdades
pessoais diferentes das outras. Só de ler essa introdução já fiquei bem animado
com o livro, até porque acho que este tipo de informação tem que ser dada no
início de todo e qualquer livro a respeito de Magia e Espiritualidade, o que,
infelizmente, não acontece, passando a muitos praticantes iniciantes a
informação de que apenas ali está escrito a Verdade Absoluta.
A Seguir temos
explicações dos mesmos a respeito do “Alento do Dragão”, o Sopro sagrado desses
seres, e explicações históricas e místicas a respeito de Quem São os Dragões,
como Eles se organizam, código de ética, um assunto um tanto quanto polêmico
entre muitos praticantes, e a visão deles sobre os termos “Dragôniano” ou “Dracônico”.
O Livro contém
desde rituais para estabelecer contato, meditações e rituais extremamente
profundos para o contato e entendimento destes seres tão complexos e
maravilhosos!
Tenho também que
dizer que apenas a leitura desse livro, principalmente em partes ritualísticas onde
tínhamos invocações, me trouxe experiências e vibrações extremamente fortes (ao
ler a invocação do Ritual de Contato com os Dragões, minha pele se arrepiou
toda e senti diversas energias voando, cavalgando e serpenteando ao meu redor,
inclusive a do Dragão ao qual eu já estava tendo um contato).
Tenho certeza que
durante meu Caminhar Mágiko com os Dragões eu irei fazer as diversas práticas
que os Autores colocam no livro.
Super recomendo
este livro a todos aqueles que desejarem contatar os Dragões ou que tenham
apenas uma fagulha de curiosidade, da menor que seja, em relação a estes seres
ou também quem desejar conhecer outras formas de Magia que vão além do conhecimento
básico transmitido na maioria dos livros que encontramos disponíveis.
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Com a ajuda de
alguns amigos, resolvi organizar uma lista de perguntas para os Autores e
consegui fazer uma entrevista bem gostosa com eles.
Pergunta: Como vocês conheceram e iniciaram o Caminho de vocês dentro da Bruxaria?
P: O que o contato com os Dragões mudou na vida de vocês? Eles tiveram influência nas pessoas que vocês são hoje?
Depois de semanas
conseguimos finalmente reunirmos-nos virtualmente na data e hora que marcamos e
logo de cara os dois, extremamente simpáticos, me dão Boa Noite e agradecem
pelo convite, e então iniciamos as perguntas:
Pergunta: Como vocês conheceram e iniciaram o Caminho de vocês dentro da Bruxaria?
Dragony: O primeiro momento em que entrei em contato com a
Bruxaria, foi através de uma amiga que era praticante e ela me emprestou o
livro: Bruxaria - Teoria e Prática da
autora Ly de Angeles. A forma poética dela descrever a Bruxaria me tocou. Algo
ressoou em mim e foi amor à primeira vista, um reencontro.
Morgana: Eu ganhei o livro "A
verdade sobre a bruxaria moderna" (Scott Cunninghan) de presente de um
colega de faculdade e me senti chamada e comecei uma busca pela Deusa.
P: De onde veio o interesse sobre a
Magia dos Dragões? Como foram seus primeiros contatos?
D: O meu contato com os dragões começou de forma tímida, porque eu
ainda não era bruxo, era espirita kardecista e a conexão com o primeiro dragão
foi de forma involuntária, ele simplesmente surgiu. Fiquei assustado, mas
fascinado com aquele ser, com aquela energia. Quando me voltei ao Paganismo e
encontrei uma simbologia diferente para os dragões foi que me senti á vontade e
retomei aquele primeiro contato, que foi se estabelecendo e aprofundando com á
pratica.
M: Sempre gostei de dragões, tanto que
minha primeira tatuagem foi um dragão. Tiamat foi uma Deusa que entrou na minha
vida há seis anos quando comecei a trabalhar com ela na TDB (Tradição Diânica
do Brasil). Meus primeiros contatos foram meio complicados, pois não conseguia
contato nenhum, mas com o tempo, e com insistência, nosso vinculo foi se
formando.
P: Segundo a
experiência de vocês, como foi à criação do(s) Mundo(s) segundo os Dragões?
M: Como o foco principal do nosso trabalho é Tiamat e Apsu utilizamos
como base de trabalho o mito de criação dos mundos segundo o Enuma Elish.
D: O Enuma Elish é o mito
de criação babilônico, foi descoberto em forma de tábuas de argila nas ruínas
da Biblioteca de Assurbaníbal em Nínive (Iraque). Acrescenta
Dragony.
Outra forma que utilizamos dentro do nosso trabalho é a Cosmologia
das Runas do Dragão, canalizadas pelo Isedon Goldwing. Elas descrevem a
formação dos mundos na dança entre as energias de Caos e Ordem. Tivemos o
prazer e a honra de após criar e vivenciar o material presente no livro, conversarmos
com o Isedon, mandamos o material pra ele. O retorno foi positivo, ele gostou
muito do que criamos e deu o aval dele para utilizarmos no livro. Algumas
frases utilizadas no trabalho das tríades são inspiradas em nossas longas
conversas, e o prefacio do livro ele que escreveu.
E
para completar, Morgana nos dá uma citação do Enuma Elish:
"Quando no alto não se nomeava o céu,
E em baixo a terra não tinha nome,
Do oceano primordial (Apsu), seu pai;
E da tumultuosa Tiamat, a mãe de todos,
Suas águas se fundiam numa,
E nenhum campo estava formado, nem pântanos eram vistos;
Quando nenhum dos deuses tinha sido chamado à existência..."
P: Quem são os Dragões da
Ordem e do Caos e como Eles influenciaram no desenvolvimento da criação do
Livro?
D: Na verdade nem só os Dragões da Ordem e do Caos influenciaram,
mas muitos tipos/clãs. Os dragões da Ordem e do Caos são grandes criadores e
trabalham juntas as energias de construção e destruição para a criação e
equilíbrio do Todo.
Mas
como já citamos no nosso trabalho, não utilizamos de forma excessiva esta
divisão de clãs. Buscamos ir além dela.
Dentro
de nossa percepção os Dragões utilizam esta divisão para facilitar o nosso
entendimento a respeito deles, para que nossa mente possa captar as faixas
vibracionais em que eles trabalham e como a sociedade deles funciona.
Esta
divisão simplória que muitas vezes é utilizada: Dragões Vermelhos são do
elemento fogo, Azuis da água... Na maioria das vezes não condiz com a realidade
da energia do Dragão.
Muitas
vezes a forma que “captamos” e percebemos um Dragão, é a forma que dentro de
nossas capacidades conseguimos entender aquela energia. Dragões podem assumir
muitas formas, cores e tamanhos, perceber como eles realmente são é uma questão
de pratica, confiança mútua e afinidade.
M: Eu trabalho mais com os Dragões do Caos, enquanto o Dragony
prefere trabalhar com os da Ordem.
E Dragony já nos dá uma informação maravilhosa para quem
gostou do livro: Temos um trabalho com os dragões
da ordem e o masculino sagrado, e os do caos e o feminino sagrado, estará no
próximo livro.
P: O que os levou a trazer um
pouco dos seus conhecimentos sobre os Dragões para o público através da escrita
do Livro? (Pergunta da Sol Ley Tánc, escritora do Blog Mistérios dos Deuses).
D: Quando começamos a Página Alento do Dragão, a nossa ideia era
criar um espaço onde os praticantes de Magia Dragônica trocassem experiências,
já que como todos sabem, informações sérias sobre este tipo de pratica são
difíceis de encontrar.
Não
tínhamos em mente que as Divindades Dragônicas cobrariam que como instrumentos
deles, escrevêssemos um livro, criássemos um sistema de workshops, cursos e um
trabalho que tende a crescer e se expandir cada vez mais. Um verdadeiro sistema
mágico de trabalho com dragões, algo que já fazíamos há anos e agora aos poucos
estamos disponibilizando em nossos cursos, rituais e através dos livros. Saindo
de dentro de nossas "cavernas" e compartilhando um pouco dos nossos
tesouros.
Confesso
que escrever estas páginas retiradas dos nossos Livros das Sombras, tornar
nossas experiências algo público não foi uma tarefa fácil. Nem pra mim, nem
para Morgana. Mas aqui estamos.
P: Como foram suas experiências
com este trabalho? (Pergunta pela Sol).
M: As experiências são de profunda transformação, trocar de pele, alçar
voos mais altos.
Uma vez
antes de lançar o livro o Dragony falou sobre o nosso trabalho no ask o que
seria o livro, explica bem a nossa experiência e o que queríamos e queremos
passar:
"O nosso trabalho expresso através do
livro, não entregará formulas prontas, nem tabelas sem fim. Ele é prático, vai
fazer com a pessoa pense, medite, reflita e passe por uma transformação
interna, e para muitos até mesmo externa. E no final o que você terá em mãos é
a sua forma de se conectar, a sua forma de praticar. A sua maneira de expressar
a sua essência no mundo de forma honesta através da Magia Dragônica. E o mérito
será apenas seu. Nossa jornada compartilhada em cada linha do livro é apenas um
espelho onde o praticante se olhará, uma porta, um limiar. A profundidade de
qualquer tipo de ensinamento depende sempre do nível que o praticante deseja
explorar ou tem capacidades de alcançar."
D: Transformador, assustador e revolucionário. Não acredito que
seja possível fazer um trabalho profundo com os dragões sem se despir
completamente, sem se transformar de forma radical.
Encontrar
a maneira de expressar a sua essência no mundo de forma honesta através da
Magia Dragônica. Honesta, um reflexo de como você pensa e age no mundo.
Conforme
fomos conversando sobre essas questões, entramos no tema Autoconhecimento, e
deixo aqui parte das reflexões:
D: Sobre o autoconhecimento, infelizmente no nosso meio
pagão o que mais impera é o que muitos chamam de Magia Coca-Cola, Magia Fast
Food, ou como eu e Morgana brincamos, a Magia Miojo. As pessoas querem formulas
prontas, como se o material fosse escrito pela Ana Maria Braga em um livro de
receitas. Não é esta a nossa proposta. Nossa ideia é: você se transforma
primeiro antes de querer moldar o mundo. Não estamos reinventando a roda,
muitas pessoas pensam da mesma forma, e ao mesmo tempo, muitos se esqueceram
deste fundamento básico.
Quer fazer um feitiço de amor? Antes
descubra porque você esta sem amor para necessitar fazer um feitiço para isto.
Quer um ritual para emprego? Antes descubra
porque você esta desempregado.
O problema é que as pessoas querem moldar a
realidade de acordo com a vontade, mas qual realidade? E usando qual vontade?
Esta é a essência do nosso trabalho com
Dragões. E é um caminho difícil, reflexivo e transformador.
P: O que vocês acham de mitos e
histórias que tratam dos Dragões como seres malignos e até mesmo demônios?
M: Alguns mitos e historias tratam dos dragões como seres malignos e
até mesmo demônios uma vez que a energia dos dragões é de potencializar, nas
mitologias dragões potencializam sentimentos bem humanos como ganância e
luxuria. E muitas vezes as pessoas não lidam de forma saudável com estas
energias, com se olhar no espelho. Acreditamos também que muitas vezes a
energia do dragão é interpretada dentro da percepção daquela cultura, ou
pessoas que canalizam a respeito deles. Um exemplo é aquilo que o Dragony
contou do primeiro contato dele como espírita kardecista, onde ele se assustou
com a energia, porque dentro do conceito dele, o dragão era o mal. O mesmo
dragão hoje é um companheiro dele, ou seja, a percepção dele é que moldou a “bondade”
ou “maldade” do dragão. Claro que nem todo dragão é flor que se cheire. rsrsrs
D: Não é mesmo, rs. Nem todo dragão é flor, pelo contrario, alguns
fazem jus a fama de devoradores de virgens e donzelas, acumuladores de
tesouros. rsrssr
E deixo aqui uma parte do Alento do Dragão:
"Dragões
são potencializadores poderosos, e você irá atrair Dragões compatíveis que vão
potencializar quem você é e as características que você aspira desenvolver.
Sejam estas características quais forem. E porque eles fazem isto? Porque
trabalhar com Dragões é se olhar no espelho é estar preparado para trocar de
pele e se expressar no mundo de forma honesta.
Se
olhe no espelho e faça uma analise real de quem você é e de quem você aspira
ser. E saiba que é isto que você vai alcançar. E nisto que você vai vibrar, e
isto que vai atrair”.
P: O que o contato com os Dragões mudou na vida de vocês? Eles tiveram influência nas pessoas que vocês são hoje?
D: Mudou tudo. Claro que as mudanças não vieram apenas do trabalho
com os dragões, mas também do nosso processo iniciático dentro da Tradição
Diânica do Brasil e dos ensinamentos da nossa inciadora Mavesper Cy Ceridwen. É
uma grande jornada conjunta e muitos fatores contribuíram.
Os
dragões norteiam nossas vidas de forma profunda, nosso casamento aconteceu com
as bênçãos deles e de Tiamat e Apsu e todo o nosso processo de Gnose recebe o
"peso" da presença deles.
M: Mudou tudo, mas não dá pra dizer que foi só o trabalho com os
dragões, pois no sacerdócio da Tradição Diânica do Brasil temos uma serie de
praticas que possibilitaram essas mudanças.
P: Sobre
o número de pessoas se interessando pela Magia Dragônica que vem crescendo nos
últimos anos, vocês acreditam ser influência dos Dragões ou da Mídia? (Pergunta
por Bruno Gomes Ferreira)
M: Os dragões querem sair da obscuridade e que seus praticantes façam o
mesmo, como diria o personagem Lestat nos livros da Anne Rice: Come out, come
out wherever you are!
D: E complementando o que a Morgana disse, é a lei dos ciclos. Há
muito tempo a Magia Dragônica foi colocada como algo que não era acessível a
todo mundo. E muitas ideias de praticantes antigos, hoje estão sendo desfeitas
por pessoas que decidiram sair das "sombras da caverna" para falar a
respeito e desmistificar muitos conceitos que durante anos dificultaram o
acesso.
P: Os
dragões são bastante rígidos quanto ao conhecimento, além de muito sigilosos,
cautelosos, éticos e coerentes quanto a Magia. O que eles pensam a respeito do
mundo atual, das tecnologias especificamente? Algum dragão mais próximo a vocês
já comentou a respeito? Se Sim, o que disseram? (Sol).
D: Sobre a rigidez, isto depende muito de dragão para dragão e de
praticante para praticante, e se os dragões querem ou não compartilhar o
conhecimento deles.
M: Os dragões são bem diversificados e assim como os Deuses eles usam
diversas ferramentas para se comunicar conosco, o que inclui as nossas
tecnologias.
P: Sei que a Morgana trabalha
com divindades Brasileiras. Como podemos ligar a nossa Cultura aos Dragões?
M: Dentre os Deuses Brasileiros temos muitas Deusas Serpentes e
inclusive Deusas como Paranka, que utilizamos no livro (é a 11 Lua Dragônica, O
Festim de Fogo), e MBoitata, são muito relacionadas aos Dragões pelo seu
caráter empoderador e transformador. As pessoas precisam desconstruir a imagem
de que o dragão é apenas aquele ser apresentados nas gravuras medievais
ocidentais ou orientais.
Um exemplo para expandir a mente é que dentro
do nosso trabalho as Serpentes, Carpas e Libélulas são correspondentes
vibracionais no nosso plano da energia dragônica. Em nosso segundo livro,
abordaremos este assunto através do trabalho com estes três caminhos para
aprofundar a conexão com os dragões.
Quero
agradecer do fundo do meu coração pelo material fantástico que o Dragony e a
Morgana produziram e por ter dado um pouco do seu tempo para fazermos essa
entrevista e desejo a ambos muito amor e magia em suas vidas.
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